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Esperava uma festa mais alegre...
- Enterros nunca o são.
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Desculpe mas M. Tessier
gostava muito de o conhecer.
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Claro, pode ser.
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M. Tessier gostava muito
de o conhecer...
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Óptimo, eu estou aqui.
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Nunca devia ter vindo, esta gente
chateia-me, quero lá aqui estar.
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Olha todos a fazer tagatés
ao seu novo senhor.
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Gosto muito de o ter
entre os nossos colaboradores,
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sinto muita estima por si.
- Isso é por não me conhecer.
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Quando se leu "Música de Câmara"
e se sentiu tal humanidade,
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tal rigor, tal exigência moral,
tem-se alguma ideia do homem.
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Ah, acredita nisso?
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Mas asseguro-lhe,
para o caso de estar apreensivo,
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que a liberdade de que gozava
não será posta em causa,
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pelo contrário, foi a sua
independência o que adquiri.
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Não imagina o que me sossega.
Dê licença...
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Sim, meu amor?
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Claro, é isso mesmo...
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Era a Karine?
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Não era ninguém,
só o quis ver pelas costas.
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Foste duro, com o novo senhor...
- Eles percebem lá alguma coisa.
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Só me falam do "Música de Câmara",
que é o meu pior livro.
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Que excessivo...
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O fácil é o que agrada,
é exactamente como o teu.
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Quem é aquela?
Sei que conheço, aquela linda ali,
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ao lado do imbecil
do Francois Galland.
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Não faço ideia, mas é bonita.
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Pensei que me ia voltar,
que ia recomeçar a escrever,
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mas qual quê...
De que servirá ser-se infeliz?
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Mas vê-la amanhã?
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Só a miúda, nos avós,
não sei se a Karine lá estará.
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Vamos?