Dogville
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como se fossem tão frágeis
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como as taças do Henson depois
de polidas, era uma tarefa árdua.

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Mas se um fosse, talvez
os outros fossem também,

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assim ninguém poderia falar
nas costas de ninguém.

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O Tom tinha armado o cenário
para o discurso da Grace.

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Agora ela deveria nadar ou naufragar,
e a sinceridade mostrada e suportada.

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Enquanto a Grace falava
com a silenciosa congregação,

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na casa da paróquia
na Rua do Olmo

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as primeiras tempestades de neve
de Outono caíam sobre o povoado.

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Os flocos de neve caíam
sobre as velhas casas

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como se este fosse um
velho povoado qualquer.

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E brincavam com os ramos onde
as maçãs tinham estado penduradas,

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mas, afortunadamente,
a colheita estava feita e,

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graças ao transporte,
tinham encontrado mercado,

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apesar dos preços decepcionantes.
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A Grace tinha apresentado
a sua história com clareza.

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Não a tinha embelezado
nem lhe deu importância.

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E quando acabou, os flocos de neve,
todos ao mesmo tempo, pararam de cair,

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deixando Dogville elegantemente vestida
com o mais branco manto de neve imaginável.

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Não acho que tenha corrido bem.
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Está bem.
Fê-lo bem.

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A neve tinha chegado cedo,
talvez demasiado cedo.

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Um inoportuno
presságio de conciliação?

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O Tom olhou à volta,
preocupado.

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A Vera tinha os dentes cerrados.
Era a primeira a falar.

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Muitas mentiras.
Só mentiras.


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