:49:00
- Vou fazer 26 em Março.
- 26?
:49:02
Ainda não aprendeste que não é educado
falar de algumas coisas em público?
:49:05
Se te faz sentir melhor,
bem, eu faço-o, duas vezes por dia.
:49:09
- Meu Deus!
- O que queres que te diga? Aborreço-me facilmente.
:49:13
Ainda lixas os tendões do braço.
:49:15
Não me estejas a julgar.
Tu também não és nenhum santo.
:49:19
- Bem, não, eu...
- Tenho apenas um apetite sexual normal.
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Porque é que não sais
e arranjas um namorado?
:49:24
Porque é que não sais
e arranjas uma namorada?
:49:26
Eu trabalho todo o dia.
E à noite ando com a minha filha.
:49:28
Então, preferes andar com a tua filha,
do que dar uma queca?
:49:30
- Sim.
- Isso até é um bocado querido.
:49:36
Estou, tipo, a ter um
fraquinho por ti, Trinky.
:49:39
Ok. Posso ir para casa agora?
:49:41
Não. Quando foi a última
vez que tiveste sexo?
:49:45
Preferia não divulgar essa informação.
:49:48
Oh, anda lá,
não te cales agora.
:49:49
Vais continuar anónimo na minha tese.
:49:51
O anonimato não me preocupa.
A vergonha sim.
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- Porque ficarias envergonhado?
- Porque já foi há muito tempo.
:49:58
- Há quanto tempo?
- Há muito tempo.
:50:01
Anda lá, campeão. Domina-te.
Diz lá sem medo.
:50:04
Juro que não faço nenhuma
piada editorial sobre isso.
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Pelo menos, não à tua frente.
:50:12
- Sete anos.
- Sete anos?
:50:16
Desde que a minha mulher morreu, sim.
:50:20
Sabes, um olhar chocado e boquiaberto
:50:24
pode ser interpretado por alguns
como uma piada editorial.
:50:27
- Desculpa.
- Ok, está tudo bem.
:50:29
Não, não está.
Quer dizer, não está mesmo nada bem.
:50:33
Com todo o respeito pela tua mulher,
mas tens de voltar a montar, meu.
:50:37
- Não, por acaso não preciso.
- Precisas sim.
:50:40
- Não, não preciso.
- Sim, tu... levanta-te.
:50:43
- Já terminámos?
- Com isto sim, por agora. Mas anda comigo.
:50:46
O senhor tenha piedade!
:50:49
- Onde vamos?
- Para tua casa.
:50:51
Nós vamos ter sexo.
:50:56
- O que foi? Esqueceste-te de alguma coisa?
- Não, olha, eu agradeço a oferta.