:04:04
A mamã fez-me desistir do basebol,
exactamente, no dia seguinte.
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Foi então que
começaram os pesadelos.
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E os sangramentos do nariz.
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Mijei na cama, por várias vezes.
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E também tive vários desmaios.
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Temia que os meus olhos
estivessem na parte detrás da cabeça.
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Caía no chão, como se fosse um
boneco de trapos.
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Esta maldita coisa
nem sequer tem um ano.
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Talvez se tenha estragado devido
às trovoadas da passada semana.
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O teu pai vai adorar
quando souber disto.
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A que horas vai o papá chegar a casa?
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Ainda vai demorar,
pelo menos uma hora, querida.
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Mamã, Deborah...
Venham dar uma olhada!
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- É um OVNI.
- Oh, por favor.
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É só um balão meteorológico,
ou coisa parecida.
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Não! Olha o que está a
fazer à televisão!
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- Está a voar sobre a casa.
- Vamos até ao telhado!
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Não, esperem! Meninos,
tenham cuidado!
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Nesse verão, essas foram as
duas coisas que nunca esquecerei.
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Os desmaios e a obscuridade do espaço.
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E o igualmente e poderoso mistério.
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Um OVNI.
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Algures por aí.
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A viajar através do Universo.
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No verão em que tinha 8 anos de idade,
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vim-me, pela primeira vez.
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Estava a ver a minha mãe
a foder com o seu namorado,
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um tipo chamado Alfred,
na minha velha cama de rede.
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O Alfred era um tipo cheio de moral.