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Tínhamos coisas que nunca
tinham sido de facto mostradas.
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A forca com um corpo ali pendurado
e a ser retirado,
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e os cadáveres, e a reanimação.
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É difícil de acreditar hoje em dia,
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por causa do excesso a que fomos todos
sujeitos ao longo de décadas,
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mas em 1931 isto era uma grande coisa.
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Do que não gostaram no Frankenstein
foi da menina a afogar-se,
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e de haver uns grandes planos
muito explícitos
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do monstro a ser espetado
com agulhas hipodérmicas.
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E quando o Fritz, o corcunda, está
a atormentar o monstro com um archote,
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há uns grandes planos horríveis do
monstro com o archote à frente da cara.
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São coisas que hoje se vêem em filmes
para todos na televisão.
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A cena com o monstro a atirar a menina
ao lago foi cortada em certas áreas.
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Uns viram a cena inteira, outros
só o viram a esticar os braços para ela,
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o que, mais tarde, quando o pai surge
a segurá-la e ela está toda desalinhada,
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cria aliás um impacto muito
mais sinistro do que era pretendido.
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Houve grupos de pressão. A Legião da
Decência, o grupo de pressão católico.
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Houve problemas com a frase
do Colin Clive "Pelo nome de Deus..."
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Agora sei o que é sentir-me como
se fosse Deus.
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Na versão original
que tínhamos na televisão,
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desde os anos 50,
sempre que se chegava a essa cena,
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havia um corte de montagem
e podia ver-se um salto
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quando o Colin Clive fica muito estático
ao perceber o que tinha conseguido.
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Nos primeiros sonoros, o som não era o
que temos hoje em dia, uma pista óptica,
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que é uma faixa visual
ao longo da margem da película.
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Nos velhos tempos, o som era gravado
em grandes discos deste tamanho,
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e estes eram tocados no teatro,
sincronizados com o projector.
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Em 1966, um amigo meu que trabalhava
numa rádio local em Los Angeles
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ligou-me e disse "Nem vais acreditar
no que está no nosso estúdio -