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cria aliás um impacto muito
mais sinistro do que era pretendido.
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Houve grupos de pressão. A Legião da
Decência, o grupo de pressão católico.
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Houve problemas com a frase
do Colin Clive "Pelo nome de Deus..."
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Agora sei o que é sentir-me como
se fosse Deus.
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Na versão original
que tínhamos na televisão,
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desde os anos 50,
sempre que se chegava a essa cena,
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havia um corte de montagem
e podia ver-se um salto
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quando o Colin Clive fica muito estático
ao perceber o que tinha conseguido.
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Nos primeiros sonoros, o som não era o
que temos hoje em dia, uma pista óptica,
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que é uma faixa visual
ao longo da margem da película.
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Nos velhos tempos, o som era gravado
em grandes discos deste tamanho,
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e estes eram tocados no teatro,
sincronizados com o projector.
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Em 1966, um amigo meu que trabalhava
numa rádio local em Los Angeles
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ligou-me e disse "Nem vais acreditar
no que está no nosso estúdio -
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o disco sonoro
do Frankenstein original."
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E ficava sempre decepcionado com todas
as versões restauradas de Frankenstein
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que deixavam sempre esta frase de fora.
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Com ou sem a parte censurada,
Frankenstein fez sensação,
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e o monstro tornou-se
um novo grande ícone de Hollywood.
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O estrelato de Boris Karloff
estava assegurado,
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ainda que na vida real
ele tivesse pouco a ver com monstros.
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Ele era a antítese
dos papéis que desempenhava.
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Ele era de facto um cavalheiro inglês,
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culto, bem-educado, articulado e letrado,
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que ganhava a vida a assustar crianças
e senhoras velhinhas.
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O entusiasmo inicial e não reconhecido
de Robert Florey por Frankenstein
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foi por fim recompensado com
um reconhecimento no cartaz francês
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e a hipótese de realizar um filme de terror
estilizado à maneira expressionista.
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Assassinatos na Rue Morgue
com o Bela Lugosi
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como o cientista louco
que destrói a sua própria experiência,
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foi parcialmente filmado
nos cenários originais de Frankenstein.
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A Universal gastou quatro anos na
sequela de Frankenstein, e valeu a pena.