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"Por isso privei-me de descanso
e da saúde."
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"Desejara-o com um ardor
que excedia em muito a moderação,
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mas agora que tinha acabado,
a beleza do sonho esvanecera-se,
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e o horror e a náusea ofegantes
encheram-me o coração."
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O monstro fora descrito
como uma projecção
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do sentimento da Mary Shelley
de isolamento e rancor,
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originados pela morte da mãe dela
quando ela tinha apenas dez dias.
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A Mary foi mal tolerada pelo seu pai cruel
e tornou-se introspectiva,
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passando a infância entretida sozinha:
A ler, a escrever e a sonhar acordada.
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Numa carta enviada ao Colin Clive
antes da produção,
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James Whale descreveu como é que ele
via a personagem do Frankenstein:
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"Uma pessoa intensamente racional,
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por vezes bastante fanático, e em uma
ou duas cenas um pouco histérico."
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"E uma ligeira reminiscência
do esgotamento em Journey's End."
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"Os nervos de Frankenstein
estão arruinados."
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"Devo sentir que o Frankenstein é
normalmente uma pessoa inteligente,
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razoável e amável, nunca antipático,
nem mesmo para o monstro."
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Pouco depois de falar sobre
Frankenstein,
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James Whale não tinha um actor
em mente para o papel do monstro.
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O parceiro do Whale, o David Lewis,
ficara impressionado
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com a actuação de Boris Karloff
como o condenado desajeitado e bizarro
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nas versões para palco e cinema
de The Criminal Code.
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Recomendou que o Whale conhecesse o
actor para ele próprio ver o potencial.
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O Whale e o Karloff conheceram-se e o
Whale decidiu testá-lo para o papel.
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O Whale disse mais tarde que ficou
fascinado com a cara do Karloff:
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"O físico dele era mais fraco
do que eu desejaria,
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mas a personalidade bizarra e penetrante
era mais importante que o seu físico,
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o qual se podia facilmente alterar."
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Embora o Karloff entrasse
em filmes americanos desde 1919,
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ele mal era conhecido.