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Sou um filho pródigo,
a ovelha negra de um rebanho branco.
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Morrerei na forca.
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- A sério?
- A sério.
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Não tenho carácter. Nenhum.
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- Não?
- Não. A sério.
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Quando era pequeno, ensinaram-me
a cavalgar e a ser cavalheiro.
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Depois, na escola, a rezar e a mentir.
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E depois, na guerra, a matar e esconder.
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É tudo.
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E o que fazes agora?
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Agora sou um jogador,
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em fuga, como um porco feliz,
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a devorar tudo o que me agrada na vida.
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Devia estar mesmo na cadeia.
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Que descrição realista.
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E que mais?
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Que mais?
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Também sou criminoso e ladrão de hotéis.
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Isso não tem piada.
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Tens de acreditar numa coisa.
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Tens de acreditar que te amo.
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Que nunca conheci
um amor assim até agora.
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Que foi, Flix? Que se passa?
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Ladrão de hotéis.
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Não.
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Vieste cá só por isto?