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-Nunca o tinha visto.
-Nem eu, até há dez dias, no Placid.
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Mas como se conheceram? Contem-me tudo.
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-Eu estava...
-Bem...
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Continua.
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Ia pela rua, uma destas manhãs,
a caminho da pista...
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quando vi este homem a passar,
transportando os seus esquis.
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Que maravilha! Romance instantâneo.
Continua, querida.
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Tinha uma expressão estranha na cara.
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Acredito. Os olhos devem ter faiscado.
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Para falar verdade,
o problema estava no nariz.
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Então, detive-o e disse:
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"Desculpe. Creio que não reparou,
mas tem o nariz gelado."
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Respondeu: "Obrigado.
Tem alguma solução para o caso?"
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-Atrevido.
-Foi o que pensei.
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Ela foi atrevida ao dizê-lo.
Pareceu-me um engate.
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Sei distinguir o que é bom.
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Um momento. O pai sabe do que se passa?
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Vou agora à igreja para lhe contar.
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Esta juventude.
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Bem, meu jovem, espero que vejas bem
onde te estás a meter.
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Não sabia que ia casar
com uma casa com elevador.
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Não é só o elevador.
A casa está assombrada.
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Tem fantasmas?
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Fantasmas medonhos
com camisas apertadas e gravatas de pele.
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Há esqueletos no armário?
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-A Julia não te falou do avô?
-Não.
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-Roubou uma linha férrea aos accionistas.
-Não é verdade.
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E claro que já ouviste falar de mim.
Sou a ovelha negra.
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Isso é um bode.
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-Não lhe ligues.
-Acabou-se o noivado.
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Não entro numa família
com uma ovelha negra.
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-Acho que gosto do homem.
-Olá.
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Vais vê-lo ao almoço.
Adeus, querida, temos de apressar.
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Vemo-nos ao almoço, mana.