:24:00
Os bancos fecham às quatro.
:24:06
Lydia!
:24:08
Julgava-te na Indochina.
:24:12
- E estive, minha querida, estive.
- Não me trates por "querida".
:24:18
Estás três meses fora
e nem uma palavra.
:24:21
Não recebeste as minhas cartas?
Escrevi quase todos os dias.
:24:24
Recebi um telegrama há 3 meses.
Partiste e deixaste-me sozinha.
:24:29
Tenho de viajar.
Sou engenheiro.
:24:32
Foi pena não saber isso
antes de te conhecer.
:24:35
Lydia...
:24:37
Então, o que queres?
:24:41
- Nada, minha querida.
- Ora aí está uma primeira vez.
:24:44
Pensei que gostasses de me ver,
só isso.
:24:47
Só isso?
:24:49
Só te vejo
quando queres alguma coisa.
:24:52
Lydia... Recuso-me a discutir
contigo, é demasiado feio.
:24:58
A vida facilmente degenera
para algo sórdido e baixo.
:25:02
Tentemos manter
a nossa relação digna e bonita.
:25:06
Já não somos jovens.
:25:08
No ocaso das nossas vidas,
precisamos de companheirismo,
:25:12
amor, ternura.
:25:16
Acima de tudo, precisamos
um do outro. Ah, Lydia...
:25:20
Passámos momentos tão belos
e inspiradores juntos...
:25:26
e podemos viver muitos mais.
:25:28
Estou velha para
esses disparates.
:25:32
A idade outra vez. Pensava
ter-te curado esse complexo.
:25:36
Estou é curada de ti,
abandonaste-me.
:25:39
- Lydia...
- Senta-te.
:25:45
O que foste fazer à Indochina?
:25:47
Construir pontes, minha querida.
Surgiram alguns problemas.
:25:51
A super-estrutura estava errada.
Tivemos de refazer o projecto.
:25:55
Depois cancelaram
o nosso contrato devido à crise.
:25:58
Que crise?
:25:59
- A crise financeira.
- Que queres dizer?