:33:02
Obrigado, minha querida.
:33:05
- Trouxe-lhe um presente?
- Peter!
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As mulheres gostam dessas coisas.
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De facto, trouxe-lhe um presente.
Aqui está ele.
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Henri, que bom!
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- Nunca nos poderão tirá-la.
- O que recebeu, Mamã?
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A escritura desta casa e jardim.
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Peter? Peter?
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Vai com a Jeannette.
Arranja-te para o jantar.
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Mamã,
posso jantar consigo e com o Pai?
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Hoje podes.
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Que alívio afastar-me
daquela luta na selva.
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A luta na selva...
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- Estás cansado, Henri.
- Acho que estou.
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Mais dois anos nesta vida
e, com sorte, poderei reformar-me.
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Se for para ficares doente, prefiro
voltar a viver numa assoalhada.
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Não voltarás a passar por isso.
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- Na altura éramos felizes.
- E agora não somos?
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- Claro que sim, mas...
- Mas o quê?
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Nos últimos três anos,
desde que saíste do banco,
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tens andado sob grande pressão.
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Tenho?
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Estou preocupada.
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É a última coisa que quero.
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É o teu estado de espírito.
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Que mal é que tem?
:34:31
Andas tão desesperado
com tudo.
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São tempos desesperados. Milhões
de desempregados e a passar fome.
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Não é fácil um homem
da minha idade ganhar a vida.
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Eu sei. É assustador.
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Contudo, quando o mundo
parece sombrio e escuro...
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Então penso noutro mundo:
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em ti e no Peter,
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tudo o que amo neste mundo.