Monsieur Verdoux
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:42:02
Agora interrompeste-me.
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- Pensavas em mim.
- Sim, em ti.

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Penso nestes braços adoráveis,
nestas mãos pequeninas

:42:11
e nesta deliciosa covinha.
Deixa-me beijar-te aqui.

:42:19
Quem me dera que não partisses.
:42:21
Também preferia
ficar a cuidar de ti.

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- Por que não ficas?
- Sabes porquê.

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Ficava em casa sem fazer nada.
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Seria diferente se pudesse tratar
dos teus negócios.

:42:32
Não. Eu encarrego-me
dos meus assuntos.

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Não confias em mim.
:42:39
- Confio, mas...
- Não confias, não confias.

:42:43
Isso magoa-me. É isso que
impede a nossa felicidade.

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Confias em todos menos em mim.
Até vais na conversa de estranhos.

:42:50
Compras tudo o que te impingem.
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Mas que percebes tu de finanças?
:42:55
Bastante mais do que tu,
minha querida.

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Da última vez, disseste
que os bancos iam à falência

:43:01
e insististe para que trouxesse
todo o dinheiro para casa.

:43:04
- Ainda bem que não o fiz.
- Seja, esquecemos o assunto.

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- Não te zangues.
- Não estou zangado.

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Evito que esbanjes o teu dinheiro
nestes negócios.

:43:19
- Acções que nada valem.
- Valem, sim.

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Todas elas.
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Ainda temos confiança
na Companhia Eléctrica do Pacífico.

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- O que é isso?
- Eu falei-te nela.

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É uma máquina que flutua
nas ondas e produz electricidade.

:43:38
E quando o mar está calmo?
:43:40
Não sejas pessimista.
:43:43
Estás a ver?
Esbanjas dinheiro em disparates.

:43:46
Há inflação. Não tarda,
o dinheiro perde o valor.

:43:50
- O que fizeste?
- O que querias que fizesse?

:43:52
Que investisses com bom senso
e com segurança.

:43:56
Terras, casas e jóias. Tenho
um amigo que vende antiguidades...

:43:59
- Curioso...
- O quê?


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