1:47:00
Obrigado.
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Sempre quis voltar a vê-lo.
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Até fui à sua loja,
mas tinha-se mudado.
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Não vivo lá há que séculos.
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Acho que não se lembra de mim.
Mas por que haveria de lembrar?
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Há alguma razão
para eu me recordar?
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Quando nos conhecemos,
eu tinha saído da prisão.
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O motorista.
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É verdade. O seu marido inválido.
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- Lembra-se disso?
- É algo que nunca esquecerei.
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Mas isto tudo... Que aconteceu?
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É a velha história.
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A minha sorte mudou.
Conheci um fabricante de munições.
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Devia ter-me metido
nesse negócio.
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Sim, em breve
dará grande dividendos.
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É bom vê-lo. Não imagina o que
significou para mim a sua bondade.
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A bondade pode ser
mera conveniência, minha querida.
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Mas fale-me de si.
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Prefiro falar de coisas agradáveis.
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- Você, por exemplo, e esse...
- E o quê?
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Que género de pessoa
é o seu amigo?
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Muito bom e generoso.
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- Mas implacável nos negócios.
- Os negócios são implacáveis.
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- Ama-o?
- Julguei que não acreditava no amor.
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Toda a gente precisa de amor.
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Aconteceu alguma coisa.
Perdeu a sua queda para a amargura.