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Talvez tenha desistido da luta
e já não tenha utilidade para ela.
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Há sempre algo por que lutar.
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- Para mim não há nada.
- Nada?
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Depois da queda da bolsa,
perdi a minha mulher e filho.
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Desculpe, não fazia ideia.
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Estão bem mais felizes
onde estão...
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... do que a viver neste mundo
de incerteza.
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Mudou. Vejo isso.
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Desde que perdi a minha família,
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parece que acordei dum sonho.
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- Que quer dizer?
- Em tempos trabalhei num banco.
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Levava
uma existência monótona.
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Dia sim, dia não, a contar dinheiro.
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Depois a rotina foi quebrada.
Perdi o meu emprego.
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Fiquei num torpor de confusão.
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Um pesadelo em que vivia
num mundo meio irreal.
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Um mundo terrível.
E agora despertei.
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Será que esse mundo existiu?
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Passou um mau bocado.
Não deixe que isso o absorva.
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Não absorve.
O desespero é um narcótico.
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Torna-nos indiferentes.
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Isso é desistir da vida.
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Mais cedo ou mais tarde,
todos desistimos.
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- Sim, mas não antes da nossa hora.
- Porquê?
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Tem de haver
uma razão para tudo?
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Talvez ajudasse,
se houvesse.
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A vida está além da razão.
Por isso, continuamos a viver.
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Para cumprirmos o nosso destino.
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O meu destino!
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Quem é que quer subir
à Torre Eiffel à noite?
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Foi ideia da Phoebe.
Ela insiste.