:20:01
Podíamos ir ao cinema logo à noite.
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- Tenho trabalho de reabilitação.
- Outra vez?
:20:08
É importante. Ajudamo-nos
ajudando outros alcoólicos.
:20:12
Na sua maioria,
são homens desiludidos.
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Sim, eu sei.
:20:21
Tu nunca te sentiste desiludido,
pois não?
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É preciso esquecer o passado
:20:26
e viver um dia de cada vez,
mantendo-nos sóbrios.
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- Quem vais ajudar hoje?
- Um tipo que tiraram da rua.
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Está no hospital. Até tremo.
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Disseste que ajudava.
:20:43
Ajuda, se aguentarmos.
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Fiz algum trabalho
de reabilitação lá.
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Põem os alcoólicos
junto dos loucos.
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É medonho.
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Homens contorcidos e trémulos,
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de olhos enevoados e doridos.
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Um tinha as mãos atadas
para não matar ninguém.
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Havia um rapaz
que tinha vazado os olhos.
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Não contes mais...
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É tremendo porem-nos lá,
só porque se embebedaram.
:21:12
O que interessa é que vão pô-lo
sóbrio. Não falemos mais nisso.
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Talvez a Marie
possa ir contigo ao cinema.
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Não. Ela deve ir sair com o Turk.
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Ela não devia sair
com um rapaz como o Turk.
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Não te percebo.
O Turk é simpático.
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Um rapaz como ele não respeita
as raparigas decentes.
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Basta-me olhar para ele
para saber isso.
:21:39
Achas que todas são como a Jennifer
Jones em "A Canção de Bernadette".
:21:43
Quero acreditar que as raparigas
como ela são puras.
:21:47
- Olá.
- Olá. Levantaste-te cedo.
:21:50
- Pequeno-almoço?
- Não, obrigada.
:21:53
Está uma manhã linda.
Vem comigo a pé?
:21:56
- Vai, papá. Faz-te bem.
- Talvez venha almoçar a casa.