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Como é que alguém
podia adivinhar isso?
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Tinham cartazes na bagagem
a dizer "Estação Central"?
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O porteiro encontrou
o Thorwald no regresso.
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E disse-lhe que tinha metido a mulher
no comboio para o campo.
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Estou a ver, esse porteiro
é um tipo muito conveniente.
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Tens visto
os extractos bancarios dele?
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De que vale a informação dele?
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E uma versão em segunda mão
de uma historia não confirmada
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do proprio assassino, o Thorwald.
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Alguém viu realmente
a mulher entrar no comboio?
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Desculpa lembrar-te,
mas tudo isto começou
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porque tu disseste
que ela tinha sido assassinada.
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Alguém, incluindo tu,
a viu realmente ser assassinada?
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Mas o que estas a fazer?
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Queres resolver este caso
ou fazer-me passar por parvo?
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Se possível, as duas coisas.
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Então faz o serviço completo.
Vai la e revista a casa do Thorwald.
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- Deve estar carregada de provas.
- Não posso fazer isso!
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Não digo agora, mas quando ele
sair para beber um copo
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ou comprar o jornal. O que ele
não sabe não o pode afectar.
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Não posso fazer isso,
mesmo que ele la não esteja.
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Ele tem alguma posição especial
na polícia ou quê?
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Não me irrites.
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Nem mesmo um detective
pode entrar numa casa e revista-la.
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Se me apanhassem la, tiravam-me
o distintivo em dez minutos.
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Então não te deixes apanhar.
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Mas se encontrares alguma coisa,
tens um assassino
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e ninguém se preocupa
com as regras.
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Se não encontrares nada,
é porque ele esta limpo.
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Correndo o risco de ser chato,
quero recordar-te a Constituição
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e a frase "mandato de busca",
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emitida por um juiz
que sabe a Carta de Direitos de cor.
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- Ele tem de pedir provas.
- Da-lhe provas.
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Ja me estou a ouvir.
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"Sr. Dr. Juiz, tenho um amigo
que é detective amador
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e, uma noite destas,
depois de uma jantarada"...
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Ele atirava-me com o Codigo Penal
â cara, todos os seis volumes.
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Amanhã de manhã pode ja
não haver provas naquela casa.
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Sabes disso.
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E o pesadelo de um detective.