:34:01
Por isso, ele ficou com a criança
e abandonou-a.
:34:06
Um homem podia fazer isso
naqueles tempos.
:34:09
Tinham o poder e a liberdade.
:34:13
E ela tornou-se na triste Carlotta.
:34:17
Sozinha na grande casa...
:34:19
andando sozinha pelas ruas...
:34:22
com as roupas a ficarem velhas,
remendadas e sujas.
:34:28
E, a louca Carlotta...
:34:32
interpelando as pessoas na rua
para perguntar:
:34:36
"Onde está a minha filha?
:34:39
"Viram a minha filha?"
:34:42
-Pobre coitada.
-E ela morreu.
:34:45
-Morreu.
-Como?
:34:48
Pelas suas próprias mãos.
:34:53
Há muitas histórias assim.
:34:55
-Muito obrigado.
-Não tem de quê.
:34:57
-Agradeço-lhe. Adeus.
-Adeus.
:35:00
Espera aí! Adeus, Pop. Muito obrigada.
:35:10
-Agora, Johnny-O, paga-me.
-Porquê?
:35:13
-Por te ter trazido aqui. Vá lá, conta.
-Não há nada para contar.
:35:17
-Ou me contas ou voltas a usar a cinta.
-Vamos. Eu levo-te a casa.
:35:31
Já chegámos.
:35:32
-Não me contaste tudo.
-Contei-te o suficiente.
:35:35
-Quem é o tipo e quem é a mulher?
-Sai. Tenho coisas para fazer.
:35:39
Já sei. O tipo que telefonou.
O velho colega de faculdade, o Elster.
:35:42
Sai, por favor.
:35:43
A ideia é que a bela e louca Carlotta
regressou dos mortos...
:35:47
e encarnou na mulher do Elster.
:35:50
Johnny, francamente.
:35:52
Não estou a dizer-te o que penso,
mas o que ele pensa.
:35:55
-O que pensas tu?
-Bem, eu...
:35:58
-Ela é bonita?
-A Carlotta?