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- O que é isto?
- Josephine, vem, antes que derreta.
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Põe aqui.
:42:12
Sugar, vais arranjar problemas.
:42:15
Fica aí de vigia.
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Se o Bienstock te apanha outra vez...
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O que é que se passa contigo?
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Acho que não sou muito esperta.
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Não acho.
Descuidada, talvez.
:42:25
Não, sou burra. Se fosse esperta,
não estava nesta orquestra de meia tijela.
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Porque é que vieste então?
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Cantava com orquestras
de homens, mas já não dá.
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Já estiveste numa orquestra de homens?
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Quem, eu?
:42:39
É disso que ando a fugir.
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Trabalhei em seis,
nos últimos dois anos. Ai, ai.
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- É duro?
- Se é.
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- Não se pode confiar nos tipos.
- Não confio é em mim.
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Tenho esta coisa por saxofonistas.
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Principalmente tenores.
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- Ai é?
- Paralisam-me, não sei porquê.
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Só têm de tocar oito compassos
de "Come To Me, My Melancholy Baby"
:43:02
e fico meia zonza,
e vou ter com eles.
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- Ai é?
- Sempre.
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Eu toco sax tenor, sabias?
:43:12
Mas és rapariga, graças a Deus.
Foi por isso que vim para esta orquestra.
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Primeiro a segurança. Tudo
para me livrar daqueles desgraçados.
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Não sabes como é que eles são.
Ficas caidinha.
:43:23
Achas que és o melhor que
apareceu depois do zeppelin.
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E quando dás por isso,
já te levaram o dinheiro
:43:29
para gastar com outras mulheres
e apostar nos cavalos.
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Não me digas.
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Depois acordas um dia
e o tipo foi-se, o sax foi-se.
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E ficaram um par de peúgas velhas
e o tubo de pasta de dentes espremido.
:43:42
Lá te recompões, segues para o próximo
trabalho, o próximo saxofonista.
:43:46
É sempre a mesma coisa.
:43:48
Estás a ver?
Não sou muito esperta.
:43:52
A esperteza não é tudo.
:43:55
Mas digo-te uma coisa. Não volta
a acontecer, nunca mais.
:43:58
Estou cansada de ficar
com os restos do chupa-chupa.