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O que me consome a mim
é tentar perceber o que te consome.
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Acho que isso encerra
esta investigação, não é?
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E aquelas poleias?
Também as queres?
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- Então?
- Não quero porcaria nenhuma.
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- Se as quiser...
- Muito bem, queremo-las?
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- Claro, custam dinheiro.
- 10 cêntimos. Vou buscar a chave.
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- Então, não tires.
- Querida, ouve...
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O que quis dizer foi:
precisamos mesmo desta tralha toda?
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Como assim, tralha? Isto é bom.
47 cêntimos o metro.
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- Posso fazer daqui onze coisas.
- Diz-me dez.
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Vamos parar com isto
e vamos jantar a qualquer lado?
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- Pareces cansada.
- Não estou cansada.
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- Por que estás tão em baixo?
- Não estou, estou nas nuvens.
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Não corras para me salvar,
matas-me com tanta bondade.
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Devíamos estar a festejar
o facto de ter passado no exame.
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- E arrumar isto, para ficarmos juntos.
- Com cada caixa, sinto-me pior.
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- Porquê, querida?
- Não sei.
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Como se algo não encaixasse.
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Deixemo-nos de brincadeiras
e vamos casar.
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Depois de ser decretado o divórcio.
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Tenho muitos planos para nós.
Não será apenas uma prisão.
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Vou aprender estenografia.
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É isso que falta aos romances
logo desde o início.
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Quando abrires o teu escritório,
serei a tua secretária estenógrafa.