:31:01
	"o maluco do espanhol que me
violou no campo do meu pai".
:31:05
	Näo violou nada.
:31:09
	- Näo a forçou?
- Tropecei numa raiz.
:31:13
	Agarrei-me ao Miguel para näo cair
e acabamos por cair os dois.
:31:20
	Chorei a seguir, mas näo foi
por näo querer que tivesse acontecido.
:31:26
	- Foi o que ele disse.
- Ofendeu-a.
:31:29
	Näo. Acendeu um cigarro,
deu uma passa ca do fundo, e..
:31:35
	Por que é que ha homens
que fumam a seguir?
:31:38
	Näo admira
que as tabaqueiras enriqueçam.
:31:43
	Confesso que nunca tinha
pensado nisso.
:31:48
	Ontem seria a nossa ultima noite.
Tinhamos acabado.
:31:52
	- A senhora ia deixa-lo?
- Näo. Ele é que me ia deixar.
:31:56
	Coitado do Miguel.
Estava de mau humor, ontem.
:32:00
	Primeiro pôs-se a falar espanhol,
depois chorou.
:32:03
	Desatou mesmo a chorar.
:32:06
	- Näo me diga.
- Digo, pois.
:32:08
	Quando tentei consola-lo,
para ele ficar melhor,
:32:11
	de repente, pôs-se-me a arrancar o
vestido e a praguejar como um louco.
:32:19
	Que estranho.
:32:23
	O que eu näo percebo...
:32:26
	O Ostos ia deixa-la
:32:29
	e no entanto, segundo se depreende,
portou-se como louco de ciumes.
:32:34
	Julguei que se ele ia deixar-me,
havia de sofrer,
:32:40
	pensando que eu ia ficar sozinha.
:32:43
	Entäo disse-lhe que tinha outra pessoa.
:32:48
	Era mentira. Confesso.
Mas foi uma mentira piedosa.
:32:55
	- Desculpe.
- Näo faz mal.
:32:58
	- Estupido do alfaiate.
- O fato é bonito.