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A minha avó era
uma velha gralha toda religiosa.
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Também me tentou prender.
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Oh, se ela não morresse, matava-a.
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Assim como ela estava
a tentar matar-me.
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Como estás a matar este,
como é que se chama...
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- Malcolm.
- Não. Não.
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Este estúdio é dele.
Ele próprio o decorou.
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Liberdade total para entrar e sair.
Ele queria ficar.
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Porque é que me escreveria
uma carta? Uma carta?
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Somos tão chegados...
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- Não é casado, pois não?
- O quê?
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Nem sequer tem namorada, não é?
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Tem muitas amigas.
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Amigas que conheceu
nos banhos públicos, de certeza.
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"Dá-me a minha metade do que há
no cofre da sala de estar."
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- Que cofre?
- O quê?
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"Dá-me a minha metade do que há
no cofre da sala de estar.
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Liberta-me da tua generosidade.
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Liberta-me da tua beleza.
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Liberta-me do teu amor."
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Oh, amor.
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Amor, podias ter a tua metade
quando quisesses.
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A minha também, já agora.
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Lê-lhe o P. S. Digamos
que põe os pontos nos "is".
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- Muito pesado. Lê-lhe.
- "P. S.
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Pensa bem.
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Daqui a pouco ligo-te.
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Por favor aceita.
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Ou simplesmente...
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...mato-me."