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E agora, Menina Simpson,
pusemos o enredo em marcha
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e despertámos nos espectadores
o desejo ardente
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de saber
o que acontece a seguir.
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E nao os culpo.
Estou morto por saber.
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Podemos inventar
umas páginas de conversa miúda,
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tipo 'quem-sou-quem-és',
que escrevo muito bem.
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A questao é, onde decorrerá
esta cena encantadora?
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Num almoço!
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Leva-a a almoçar a um
restaurante no Bosque de Bolonha.
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Ridículo. Nao iria com um homem
que a engatou numa praça.
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Quero dizer,
é um desconhecido total.
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Menina Simpson,
ninguém é perfeito.
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''Porque'', pergunta-se ele,
enquanto dançam e dançam,
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''está tao triste quando
todos estao tao felizes?''
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E entao,
uma sugestao do desconhecido.
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Se tentar levantar
o lábio superior,
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poderá, pelo menos,
criar a ilusao dum sorriso.
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Como falhou por completo,
ele terá que usar o seu charme.
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''Conhece a palavra fortuitidade?''
Ela abana a cabeça.
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- Que significa?
- Menina Simpson, surpreende-me.
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Significa
abrir os olhos de manha,
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olhar para o novo dia
e enlouquecer!
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- Fortuitidade?
- Pois.
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- lnventou-a?
- Nao, existe mesmo.
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Significa ser-se capaz
de achar prazer, excitaçao
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e felicidade
em tudo o que acontece.
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Por inesperado
que seja.
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Fortuitidade.
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Ele explica-a dum modo
mais fascinante que eu e,
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na altura certa,
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propoe um bom almoço no Bosque.
Ela está tentada.
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Mas nao acha...
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Menina Simpson, ele nao a convidou
a passar um fim-de-semana
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num motel de má fama.
Convidou-a para almoçar!
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Nao pensa que, sendo ele tao
encantador, ela iria?
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- Bem...
- Fortuitidade.