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Ele casou-se outra vez
e teve dois filhos.
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- Mas como sabes que ele é feliz?
- Ele é doido por ela.
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Mas supõe que ele percebe que
o segundo casamento foi um erro trágico.
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Ele abre os olhos e percebe finalmente
que a tua mãe
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foi a única mulher que ele amou na vida.
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Não há muitas hipóteses
que isso aconteça.
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Por isso, só lhe resta dizer-lhe a verdade.
À segunda mulher, portanto.
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Ele tem de voltar para a única mulher
que amou na vida.
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Adeus, segunda esposa.
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- Achas que é possível?
- Ele não tem escolha.
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Não pode viver uma mentira. Tem de
voltar para o seu verdadeiro amor.
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Talvez durante o Natal.
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- Na véspera de Natal.
- Por volta das seis.
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Tu e a tua mãe estão sozinhas a enfeitar
a árvore quando toca a campainha.
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- Eu ia abrir a porta.
- Interrogavas-te quem seria.
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Não estavas à espera de ninguém.
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Abrias a porta e ele estava lá,
carregado de presentes.
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Antes que pudesses falar, ele dizia -
"chiu" - queria surpreender a tua mãe.
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Mas primeiro,
dava-te um abraço muito apertado.
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Depois a mamã vinha ver quem era.
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Ela estaria intrigada
por não ouvir vozes nenhumas.
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Ficariam a olhar um para o outro
durante muito tempo, sem dizer nada.
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Não teriam de o fazer.
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Depois ele tomá-la-ia nos seus braços
e cobri-la-ia de beijos.
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E amar-se-iam até à morte ali mesmo,
na porta da frente.
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Achas mesmo que...
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Quem é que quer caldeirada de amêijoa?
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Lavem as mãos primeiro.
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Dois balões incharam nas bocas delas.
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- Se tivesses ido aos ensaios...
- Mesmo quando ela começava a gemer.
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Henry, tens de te lembrar
que não és o Van Cliburn.