:50:02
Depende do que me oferecessem.
:50:07
Não o diga só para me agradar.
:50:08
É verdade.
Dependeria do que me oferecessem.
:50:13
Há outro lugar vago.
:50:16
Cobrador de Rendas em York.
:50:19
Faz parte da sua oferta?
:50:20
Efectivamente.
:50:23
Que terei de fazer?
:50:27
Sei de um homem
que quer trocar de mulher.
:50:32
Normalmente é um assunto irrelevante,
mas neste caso...
:50:34
é o nosso soberano, Henrique,
o oitavo com esse nome.
:50:38
O que quer dizer, de um modo estranho,
que se quiser trocar de mulher, fá-lo-á.
:50:42
A nossa tarefa, como administradores,
:50:45
é minimizar o inconveniente
que isso irá causar.
:50:49
A nossa única tarefa é minimizar
o que há de inconveniente.
:50:54
Dir-se-ia uma ocupação inofensiva,
mas não.
:50:57
Nós, administradores não somos amados.
:51:00
Não somos populares.
:51:02
Digo "nós" presumindo que aceita
o lugar que lhe ofereço em York.
:51:11
Sim.
:51:20
É mau sinal quando alguém
está deprimido com a sua boa sorte.
:51:23
-Não estou deprimido.
-Parece deprimido.
:51:25
Estava a lamentar. Perdi a minha inocência.
:51:27
Há já algum tempo.
Só agora é que reparou?
:51:32
O seu amigo, o actual Chanceler,
esse é um homem inocente.
:51:38
O estranho é que é mesmo.
:51:40
Também acho. Infelizmente...
:51:43
a sua inocência está enredada
neste problema...
:51:45
de não se poder trocar de mulher
sem haver divórcio,
:51:48
coisa que não se pode obter
sem autorização do Papa.
:51:51
A partir desta circunstância insignificante
prevejo uma certa medida de...
:51:56
-lnconveniência?
-Exacto.
:51:59
Aquele cálice que lhe deu, quanto valia?