:51:02
Por que foi me perguntar isso?
:51:05
Vamos esquecer isso.
Foi só curiosidade.
:51:08
Que coisa mais peculiar
para ter curiosidade, não?
:51:11
- E se eu lhe perguntasse isso?
- Eu não ficaria tão defensivo.
:51:15
Pois a resposta não seria
muito interessante, certo?
:51:18
- Leva muito para o lado pessoal.
- Levo? Puxa, desculpe.
:51:23
Não quis fazer uma pergunta
pessoal. A que me fez não era!
:51:27
"Conte-me sobre os 6 mil
caras com quem dormiu"!
:51:30
- Mas, Doris, no seu caso...
- No meu caso?
:51:32
- Sou um caso especial, certo.
- Não falei sobre 6 mil caras.
:51:38
Mas foi o que pensou!
:51:43
Certo?
:51:45
- Aonde vai?
- Não é da sua conta!
:51:48
- A verdade incomoda tanto?
- Que verdade?
:51:50
Se quer sabê-la, por que
não faz a pergunta direito?
:51:54
- E qual seria a pergunta?
- Vou lhe dizer qual seria.
:51:56
Queria saber seu lugar na
competição. Sua pontuação.
:52:01
- Se foi aprovado, certo?
- Se você diz, professora.
:52:04
- Não percebi que deu aula.
- Não aceito iniciantes.
:52:07
- Uma profissional como você, não.
- Sei a próxima pergunta.
:52:12
Pois é a mesma pergunta estúpida
que fazem. A próxima seria:
:52:17
"Gostou mesmo? Depois de
tantas vezes, foi emocionante?
:52:23
Um objeto, uma coisa
como você sentiria prazer...
:52:27
com um cidadão honesto
e exemplar como eu?" Não é?
:52:33
Por que não percebo?
Como não aprendo?
:52:36
Não serei tratada como coisa.
Sou uma pessoa.
:52:39
- Sou Doris Wilgus!
- Wilgus?
:52:45
Pode tirar os olhos de mim,
enquanto lhe digo uma coisa.
:52:48
Ontem à noite, achei que algo
muito bom estava acontecendo.
:52:53
Você parecia ser um cara legal.
:52:55
Mas eu me apaixono
o tempo todo, ouviu?
:52:58
Isso é normal. Mas você foi
gentil. Disse coisas bacanas.