1:15:01
sentes-te ainda ligado à vida de lá?
1:15:06
Prosseguindo assim, ainda vais-me
perguntar sobre o sentido da vida.
1:15:12
Deixa-te de ironias.
1:15:15
O sentido da vida e outros temas eternos
1:15:22
pouco preocupam um homem feliz.
1:15:26
Estes problemas só o preocupam
no fim da vida.
1:15:34
Mas ninguém sabe quando chega o fim.
Por isso, estamos sempre com pressas.
1:15:40
De todos os homens,
os mais felizes säo os
1:15:44
que nunca se interessaram
por estas questöes malditas.
1:15:48
Só pöe questöes quem tem vontade de
saber. Entretanto, para se preservarem,
1:15:51
as simples verdades humanas
requerem mistérios.
1:15:55
O mistério da felicidade,
da morte, do amor.
1:15:59
Até podes ter razäo. Mas procura
näo pensar nisso.
1:16:04
Pensar nisso seria a mesma coisa
que saber o dia da morte.
1:16:11
Entretanto, o desconhecimento deste
dia torna-nos, no fundo, imortais.
1:16:20
Seja como for, a minha missäo
está terminada.
1:16:25
E agora? O quê? Voltar à Terra?
1:16:30
Tudo se há-de arranjar,
1:16:31
terei novos interesses,
conhecerei novas pessoas.
1:16:35
Mas nunca poderei dedicar-me a eles
por completo.
1:16:43
Estarei no direito de renunciar
1:16:45
a um eventual contacto, ainda que
imaginado, com o Oceano,
1:16:51
com quem a minha raça procura
estabelecer um fio de compreensäo?
1:16:56
Ficar aqui, no meio das coisas,
em que tocámos os dois