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uma duzia de paises ofereceram
os seus melhores detectives,
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mas o presidente quer que isto seja
resolvido por franceses e depressa.
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- Ou seremos demitidos.
- Falei com o Dr. Laprone no hospital.
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Garantiu-me
que o Dreyfus estava curado.
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Ja vi muitos malucos, mas comparados
com o Dreyfus, säo uns anjos.
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- Parecia um animal selvagem.
- Ele näo te mordeu?
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Na perna. Tive que levar
a vacina da raiva.
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O médico diz que nas ultimas 12 horas
o Dreyfus esta outra pessoa.
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Ainda bem. Precisamos dele.
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Se alguém sabe do Clouseau
e de quem o assassinou,
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é o antigo lnspector
Chefe Charles Dreyfus.
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Näo é fantastico, Dr.?
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Reintegrado no meu antigo posto,
sem perda de salario nem regalias.
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Pode mesmo chamar-se
renascimento psiquico.
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Devo-lhe muito.
Estou-lhe eternamente grato.
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Eu so ajudei. Indiquei-lhe o caminho.
Em ultima analise, a vitoria foi sua.
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A nossa vitoria.
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- Mas foi à custa de outro.
- Quer dizer, do Clouseau?
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Pode dizer-se que
ele morreu para você viver.
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- Gostava de sentir pena.
- Näo se sente culpado?
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Näo.
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Para ser sincero,
quando soube da sua morte,
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por momentos
senti-me em estado de graça.
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- Acha mal?
- Näo é uma questäo de bem ou mal.
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Eu odiava-o.
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Foi ele que literalmente deu
comigo em doido, como sabe.
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Näo é natural que me sinta feliz
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ao pensar que ele esta morto,
fora de circuito, para sempre?
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E natural. Mas ha o perigo de esses
sentimentos provocarem culpa.