:03:01
aponta-se o polegar
para a boca e espreme-se.
:03:14
Este deve ser o povo
mais contente do mundo.
:03:18
Entre eles não há crime,
castigo, violência, leis...
:03:22
polícia, juízes,
governantes nem chefes.
:03:29
Eles acreditam que os deuses
só dão coisas boas e úteis.
:03:36
Neste seu mundo,
nada é mau ou perverso.
:03:42
Nem mesmo
uma cobra venenosa é má.
:03:45
Só é preciso manter-se
afastado de sua ponta afiada.
:03:51
Na verdade, uma cobra é boa.
Aliás, é deliciosa...
:03:55
e a pele presta-se
a uma bela bolsa.
:04:00
Vivem na vastidão do Kalahari
em pequenos grupos familiares.
:04:05
Uma família de boxímanes pode
encontrar outra em poucos anos.
:04:10
Mas, na maior parte do tempo,
vivem em total isolamento...
:04:13
alheios ao fato de que há
outras pessoas no mundo.
:04:18
No Kalahari, há boxímanes que
desconhecem o homem civilizado.
:04:24
Às vezes, ouvem um som
como trovão, mas não há nuvens.
:04:30
Supõem que os deuses
comeram demais...
:04:32
e que sua barriga
está resmungando.
:04:35
Às vezes, chegam a ver prova
da flatulência dos deuses.
:04:41
Sua língua tem
uma idiossincrasia própria.
:04:44
Parece constituir-se
principalmente de estalos.
:04:55
São um povo muito gentil.
:04:57
Nunca castigam uma criança,
nem lhe falam asperamente.