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COISAS CHINESAS
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Estou impressionada.
Anda a fazer os trabalhos de casa?
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Estou a arranhar umas coisas.
Então é de Hong Kong?
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Não. Nascida na América.
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São Francisco, na zona da baía.
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Há quantas gerações
é que a sua família está cá?
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O meu bisavô veio, trabalhou
nos caminhos-de-ferro, e voltou.
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O meu avô trabalhou
numa mina de ouro. Também voltou.
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Voltaram porque a lei não permitia
que as mulheres se lhes juntassem.
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O meu pai casou com uma mulher
japonesa e fixou-se aqui nos anos 40.
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Sim, eu conheço a história.
É bastante triste.
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Vieram milhares de chineses e morreram
a construírem os caminhos-de-ferro.
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Diz isso aqui.
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Os ossos estão espalhados por todo
o Oeste. Nem sabemos os nomes deles.
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Está aqui uma fotografia.
Promontory Point, no Utah. Em 1869.
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Foi onde a Union
e a Central Pacific se encontraram.
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Olhe para isto. O que é que vê?
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O que é que vê? Vê os patrões.
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Vê os políticos.
Vê os banqueiros.
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Vê os trabalhadores irlandeses.
Não há um único chinês solitário.
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Nem sequer lhes pediram que
aparecessem. Morreram no anonimato.
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Vocês são incríveis,
mantêm tudo em segredo.
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- Eu conheço a história, Capitão.
- Bom, a maioria não conhece.
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Neste país ninguém se lembra.
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- Ninguém se lembra de nada.
- Fala exactamente como o meu pai.
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Parece ser boa pessoa.
O que é que ele faz?
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É armador.
Agora, qual a sua história?
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Eu? O que há a dizer?
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Sou polaco. Sou de Brooklyn.
Sou polícia.
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Mas sou o polícia mais condecorado
da cidade de Nova lorque.
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Estou a falar de condecorado
em acção, não à secretária.
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- Não tenho dúvidas sobre isso.
- Vi-a algumas vezes na televisão.
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Não vejo muita televisão,
mas acho que é bastante boa.
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É mais "sexy" do que as gajas
nos outros canais.
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Bem, Capitão.
Que prazer ter vindo.