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A Dra. Ramphele.
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Com licença.
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Leio este jornal há tempo suficiente
para saber que você não é dos piores,
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e espanta-me ainda mais
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que queira fazer passar esta
ficção malévola por factos racionais.
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- Bem, Dra...
- Ramphele.
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Ramphele.
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Já me arrisquei neste jornal,
opondo-me aos preconceitos dos brancos.
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Mas se acha que pactuarei
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com um sensacionalista que
advoga o preconceito dos negros,
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então veio bater à porta errada.
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Preconceito dos negros?
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Mas o Steve não é nada disso.
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O seu Biko constrói uma muralha
de ódio negro na África do Sul,
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e combatê-lo-ei,
enquanto aqui estiver.
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O que você aqui faz
é pôr palavras na boca dele.
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E sabe que ele não pode responder,
porque foi banido.
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- Acho que sei o que o Sr. Biko defende.
- Então, está enganado.
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E ele não pode vir ter consigo.
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Se fosse o jornalista isento que diz ser,
devia ir ter com ele.
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Olhe...
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Donde é?
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Da África do Sul.
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Fui uma das duas que ganhou uma bolsa
de estudo na Escola Médica do Natal.
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Sou um símbolo da vossa preocupação
paternalista pelos indígenas.
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Ainda bem que não deitámos
dinheiro à rua.
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Sei que não é parvo, Sr. Woods.
Mas não sabe do que fala.