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Exacto, minha querida, dá para "mergulhar" a Cidade
dos Desenhos da face da terra!
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Veiculo desenhado por mim.
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Cinco mil galões de "mergulho" aquecido,
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bombardeado a grande velocidade
por um canhão de água pressurizado.
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A Cidade dos Desenhos será
apagada numa questão de minutos.
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Julga que ninguém vai notar o
desaparecimento da Cidade dos Desenhos?
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Quem é que tem tempo para pensar o
que se passou a uns ratos falantes,
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quando se vai a passar
a 120 kilómetros á hora?
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O que é que está a falar?
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Não passa nenhuma estrada na
Cidade dos Desenhos.
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Ainda não.
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Há alguns meses, tive a sorte de
tropeçar e ver,
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uma planta do Conselho da Cidade,
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Um plano de construções
de proporções épicas.
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- Chamam-lhe uma "auto-estrada".
- "Auto-estrada"?
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Que raio é uma "auto-estrada"?
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Oito pistas de cimento
daqui até Pasadena.
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Lisa, segura, rápida.
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Engarrafamentos serão história antiga.
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Então foi por isso que mataram o Acme
e o Maroon? Por essa "auto-estrada" ?
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- Não percebo.
- Claro que não. Falta-lhe visão.
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Eu vejo um lugar em que as pessoas
entram e saem da "auto-estrada".
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A sair e a entrar.
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Todo o dia, toda a noite!
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Em breve, que onde a Cidade dos Desenhos está hoje,
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estejam alinhadas estações de serviço,
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motéis económicos,
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restaurantes que servem
refeições rápidas,
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venda de pneus,
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vendedores de automóveis
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e marivilhosos, maravilhosos cartazes,
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até onde os olhos puderem alcaçar.
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Meu Deus.
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- Vai ser lindo.
- Vá lá.
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Ora! Ninguém vai guiar nessa péssima "auto-estrada"
quando podem apanhar o elèctrico a cinco cêntimos.