Cyrano de Bergerac
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:58:13
- Boa noite.
- Não! Não entreis!

:58:16
- Venho-me despedir.
- Partis?

:58:18
Para a guerra.
:58:19
Esta noite, precisamente.
Tenho ordens. Cercam Arras.

:58:23
Cercam?...
:58:25
Sim. A minha partida tem o ar
de vos deixar gelada.

:58:29
- Mas não...
- Mas sim, infelizmente...

:58:32
Voltarei a ver-vos?
Quando?

:58:36
Sabeis que fui nomeado
comandante?

:58:38
- Bravo.
- Do regimento dos guardas.

:58:40
Dos guardas?
:58:42
Onde serve o vosso primo,
o homem das frases gabarolas.

:58:44
Terei oportunidade
de vingar-me dele, lá.

:58:46
Como?
Os guardas vão para lá?

:58:48
- Claro! É o meu regimento!
- Christian!

:58:52
Que tendes?
:58:54
Essa partida desespera-me.
:58:57
Saber que está na guerra
aquele a quem queremos!

:59:01
Dizeis-me, pela primeira vez,
palavras tão doces,

:59:04
no dia da minha partida.
:59:11
Ide-vos, então,
vingar de Cyrano?...

:59:14
- Sois por ele?
- Não, contra!

:59:16
- Vêem-se habitualmente.
- Muito pouco.

:59:18
Encontro-o por todo o lado.
:59:19
A vingança que vós lhe preparais
será para ele um prazer!

:59:23
Vulgar. Eu sei bem
o que seria fatal para ele.

:59:27
- Que seria?
- Se o vosso regimento partisse,

:59:29
deixando-os com os seus
queridos cadetes,

:59:31
durante todo o tempo
que a guerra durasse,

:59:33
em Paris, de braços cruzados!
:59:34
É a minha única maneira de deixar
um homem como ele, furioso.

:59:38
Quereis puni-lo?
Privai-o do perigo.

:59:41
Uma mulher! Uma mulher!
:59:44
Só uma mulher podia inventar
tal estratégia!

:59:47
Ele ficará com a alma a roer-se,
e os amigos de punhos frustados

:59:50
por não estarem no combate:
e vós sereis vingado!

:59:53
Vejo que me amais um pouco!
:59:55
O facto de partilhares
o meu rancor

:59:57
é uma prova de amor,
Roxane!


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