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Norma, ainda tens aquele
acolchoado de penas na cama?
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Tenho, Hank.
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Os colchões que te dão na tarimba...
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...são provavelmente...
desta espessura.
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E deitas-te ali à noite... a pensar:
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"Se este colchão é tão fino, como
puseram tantas pedras lá dentro?"
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Portanto... Desculpa-me
se te digo que, noite após noite,
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sonhei contigo
naquela grande cama de penas.
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Os empregados não deviam ter tanta
familiaridade com a patroa, não é?
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Não te censuro por sonhares.
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Não estava só a sonhar
que estava contigo, Norma.
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O que estava a tentar...
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- Não devia dizer tanto.
- Acho que devias.
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Não... não conquistei esse direito,
Norma.
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Voltei há dois dias.
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Diz o que queres dizer.
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Tenho tentado imaginar uma vida inteira
contigo... com o restaurante.
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Fazê-lo crescer. Até ao céu.
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Exagero sempre,
é o meu pior defeito.
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Aprendi isso a falar com
o meu conselheiro lá dentro.
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Para mim, isto é território novo.
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Mas vou tentar.
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Sabes? No próximo mês,
faz 20 anos que estamos juntos.
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Acreditas?
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Se calhar, está tudo ao contrário.
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Talvez sejam os próximos 20 que contam.
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Dá-me tempo, Norma.
Ainda te orgulharás de mim.