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Só o que li no jornal.
Você nos deixou em casa. É claro.
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Eu tinha acabado de fazer 13 anos.
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Meu primeiro namorado havia me deixado.
Eu precisava de você.
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Amorjuvenil era especialidade da sua mãe.
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Estava ocupado tentando
manter o planeta inteiro.
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Queimando alguns sutiãs.
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Era mais cartões de recrutamento.
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Mesmo? Pensei que estivesse mais
envolvido no movimento feminino.
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Nessa época os relacionamentos
eram mais casuais. Era tudo mais aberto.
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Por favor! Estou cansada
dessa baboseira dos anos 60.
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Às vezes eu ficava seis,
nove meses longe de casa.
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Elas não significaram nada para mim.
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Nem mesmo Alice Worth?
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Então é isso? Caso encerrado?
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- Passou dos limites, doutora.
- E você é culpado da acusação.
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Alice Worth era minha colega de trabalho.
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Por favor, papai!
Acha que eu não sabia?
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- Isto não é da sua conta.
- Alice Worth era sim.
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Ela não era apenas uma transa casual.
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Alice era uma amiga.
Era amiga da mamãe. E minha.
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Era tudo que eu queria ser.
Era inteligente, bonita e advogada.
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Eu observava como ela
cruzava as pernas, segurava o copo,
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e daí a mamãe achou as cartas para você.
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Nunca chorou na minha frente.
Ela não faria isso.
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Mas eu a ouvia quando
achava que eu estava dormindo.
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Sozinha no quarto, às vezes de madrugada.