1:06:00
	Aceitação sociaI.
1:06:03
	- Frustrações sexuais.
- Não. EIe cobiça.
1:06:08
	Essa ê a sua natureza. E como ê que
começamos por cobiçar, CIarice?
1:06:13
	Será que vamos à procura de coisas
para cobiçar?
1:06:16
	Faça Iá um esforço para responder.
1:06:18
	Não. Nós só...
1:06:21
	Não, começamos por cobiçar
aquiIo que vemos todos os dias.
1:06:24
	Não sente os oIhos dos outros
a passarem-Ihe peIo corpo?
1:06:28
	E os seus oIhos não procuram peIas
coisas que deseja?
1:06:32
	Está bem. Mas agora, por favor,
diga-me como...
1:06:35
	Não.
Ê a sua vez de me contar, CIarice.
1:06:38
	Já não tem mais nenhumas
fêrias para me vender.
1:06:42
	Porque deixou aqueIe rancho?
1:06:44
	Doutor, agora já não temos
tempo para este jogo.
1:06:48
	Mas não avaIiamos o tempo
do mesmo modo, não ê?
1:06:51
	- Este ê todo o tempo de que dispõe.
- Mais tarde. Ouça-me. Só temos cinco...
1:06:55
	Não.
Agora sou eu a ouvir.
1:07:01
	Depois do assassinato do seu pai,
ficou orfã.
1:07:04
	Foi viver com os primos num rancho
com oveIhas e cavaIos em Montana.
1:07:07
	E?
1:07:10
	E uma manhã simpIesmente fugi.
1:07:13
	Não foi "simpIesmente", CIarice.
O que ê que a Ievou a partir?
1:07:17
	- A que horas ê que começou?
- Cedo. Ainda era escuro.
1:07:20
	Houve então aIgo que a acordou, não foi?
Foi um sonho? O que ê que foi?
1:07:26
	Ouvi um baruIho estranho.
1:07:29
	O que era?
1:07:31
	Era aIgo que berrava.
1:07:36
	Uma espêcie de gritos.
Como a voz de uma criança.
1:07:39
	O que ê que fez?
1:07:41
	Desci as escadas.
1:07:44
	Lá fora.
1:07:47
	Entrei furtivamente no estábuIo.
1:07:50
	Tinha tanto medo de oIhar Iá para
dentro, mas tinha de o fazer.
1:07:54
	O que viu, CIarice?
O que ê que viu?
1:07:58
	Cordeiros.