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Quero dizer, para eu...
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Eu não posso morrer aqui.
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Cala-te, pá.
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- Tenho mulher.
- Verdade?
:58:13
Então quer dizer que por teres mulher
e eu não ter, eu sou dispensável?
:58:17
De que é que estás a falar?
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O tipo está a dizer asneiras.
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Ele irrita-me. Ele irrita toda a gente.
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Acho que tenho o direito
de estar um pouco indignado.
:58:30
Porque é que não nos deixas
morrer em paz, se tiver de ser?
:58:33
És mesmo um gajo duro, não és?
E se fôssemos conversar lá fora?
:58:53
E tu como estás? Estás bem?
:58:56
Que é que eu posso fazer?
:59:00
Quando aquela bomba explodiu...
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Eu sei.
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Pensei que era o fim. Pensei que era
a bomba, e que eu estava morta.
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E quando vi o corpo dela
cair debaixo do autocarro...
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Ficaste contente por ainda estares viva.
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- Estou tão arrependida.
- Não estejas.
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Devias estar contente. Estamos todos.
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- Não quer dizer que não te importes.
- Mas ela estava com tanto medo.
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Pois estava. Era boa pessoa
e não merecia morrer,
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mas se ela tivesse saído, morríamos todos.
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Cretino é o gajo, o gajo que nos
meteu nisto. Lembra-te disso.
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Grande cretino.
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Tens a certeza?
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A que distância?
:59:53
Temos um problema grave.
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O quê?
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- Esta autoestrada não está acabada.
- Que é que isso quer dizer?