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Essa é uma meretriz sutil.
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Mas, vede, aí vem ela.
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Qual o vosso desejo?
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Deixai-me ver vossos olhos.
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Olhai-me no rosto.
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Que horrível mania é essa?
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O que és?
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Vossa esposa, meu senhor.
Vossa sincera e leal esposa.
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Vem, jura-o.
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Condena-te ao inferno...
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jurando que és honesta.
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O céu verdadeiramente sabe disso.
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O céu verdadeiramente sabe
que és falsa como o inferno.
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Para quem, senhor?
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Com quem?
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Como sou falsa?
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Ó Desdemona!
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Afasta-te!
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Ó dia pesaroso!
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Por que chorais?
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Sou eu o motivo
dessas lágrimas, senhor?
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Se ao céu agradasse
atribular-me com aflições...
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...se chovesse todo tipo de
feridas e vergonhas sobre mim...
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...ainda acharia eu, num canto
da alma, um pingo de paciência.
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Mas, ai! Ali, onde eu
guarneci meu coração...
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...onde devo viver ou
abandonar a vida...
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...na nascente da qual minha
correnteza irrompe ou seca...
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...ver uma cisterna se formar onde
imundas rãs se agrumam e copulam!
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Ó tu...
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...que és tão adoravelmente bela...
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...cujo perfume é tão doce
que traz dor aos sentidos...
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...antes nunca tivesses nascido!
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Ai de mim, que delito ignorado cometi?