:39:16
	Sabeis que a máscara
da noite meu rosto oculta;
:39:18
	ou o vermelho de pudor
virginal cingiria a minha face
:39:21
	por aquilo que me
tereis ouvido falar, esta noite.
:39:23
	De bom grado alteraria a forma,
:39:25
	resignada, disposta a negar o que falei.
:39:27
	Mas... adeus cumprimento.
:39:31
	Amor me tendes?
:39:35
	Sei que direis que "Sim",
e em vossa palavra hei-de crer.
:39:38
	Porém, se o houvesses de jurar,
porventura falso vos provaríeis.
:39:40
	Oh gentil Romeu, se me amais,
pronunciai-o em plena fé.
:39:44
	Dama minha, por essa
Lua abençoada eu juro,
:39:46
	que de prata adorna o
topo de tod' estas árvores...
:39:49
	Oh, não jureis pela Lua,
:39:51
	a inconstante Lua que de mês-a-mês
muda em su' órbita circulada,
:39:55
	não haja o amor vosso de
provar-se assim variável.
:39:58
	Por que hei-de jurar, então?
:40:01
	Não jureis, por nada.
:40:03
	Ou, se quiserdes,
:40:05
	jurai pelo gracioso que é
o deus da minha idolatria,
:40:09
	e em vós eu creio.
:40:11
	Se do meu coração...
:40:14
	..meu amor...
:40:25
	Não jureis. Embora com alegria em vós,
alegria não tenho neste contrato, esta noite.
:40:30
	É impetuoso, demasiado imprudente,
demasiado súbito, como o relâmpago,
:40:34
	que deixa de o ser antes de
poder dizer-se "relampeja".
:40:36
	Doçura, boa noite!
:40:38
	Este botão de amor,
pelo sopro amadurecedor do verão,
:40:41
	bela flor pode vir a ser
quando nos voltarmos a ver.
:40:43
	Boa noite.
:40:46
	Boa noite!
:40:50
	Assim me deixais, tão insatisfeito?
:40:54
	Que satisfação podeis haver esta noite?
:40:58
	A troca da vossa fiel
promessa de amor pela minha.