:48:00
	Assim soa tudo isto.
:48:04
	Assim soa tudo isto.
:48:06
	Onde diabo andará o tal Romeu?
Não voltou esta noite a casa?
:48:09
	Nem à casa do pai;
falei cos tipos dele.
:48:12
	Afinal, essa pálida moça
de duro coração, essa Rosalina,
:48:16
	de tal forma o tormenta,
que ele decerto vira louco.
:48:19
	Tebaldo mandou
uma carta à casa do pai dele.
:48:21
	- Um desafio, p'la minha vida!
- Vai Romeu responder?
:48:24
	Homem que sabe escrever
decerto pode responder.
:48:26
	Certo qu'ele responderá ao dono da carta,
ele próprio desafiando, uma vez desafiado.
:48:30
	Enfim, pobre Romeu, morto está ele já!
Apunhalado pelos negros de uma moça branca!
:48:35
	De ouvido trespassado
por uma canção de amor!
:48:37
	Fendido o próprio eixo de seu coração
pela flecha cega do infante-de-arco!
:48:40
	E é ele homem para enfrentar o Tebaldo?
:48:43
	- Como, o que é o Tebaldo?
- Mais que Príncipe de Gatos.
:48:47
	É o corajoso capitão de cumprimentos!
:48:51
	Ele luta enquanto tu cantas.
:48:54
	Guarda ritmo, distância, e proporção.
:48:58
	Descansa nas suas pausas mínimas.
:49:00
	Um, dois, e a um terceiro...
:49:03
	certeiro, no vosso peito.
:49:04
	O preciso carniceiro de botão de seda.
:49:07
	Um duelista.
:49:09
	Um duelista!
Um cavalheiro da primeiríssima casa,
:49:12
	da primeira e segunda causa.
:49:14
	O passe imortal!
:49:18
	O lance inverso!
:49:20
	Oh, um... ai!
:49:22
	O quê?
:49:24
	Aqui vem Romeu.
:49:27
	Romeu!
:49:31
	Ho-ho, fanado de tafetá!!
:49:33
	Senhor Romeu, bom dia!
:49:36
	Há na França uma saudação
para a vossa aguada francesa.
:49:39
	Bem nos ludibriastes ontem à noite.
:49:41
	Bom dia a ambos.
Que ludíbrio foi esse?
:49:44
	A esquiva, amigo, a esquiva.
Não será de conceber?
:49:47
	Perdão, bom Mercúcio.
Era importante o que tinha a fazer
:49:49
	e em situação como a minha
um homem pode sacrificar a cortesia.
:49:52
	Quer isso dizer
:49:53
	que situação como a vossa
impõe que se dobrem as pernas!
:49:57
	- Em reverência, é isso?
- Muito amavelmente acertais.