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Estava vivo?
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Sim, senhor.
Naquela altura estava.
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Rapaz ou rapariga?
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Era um pequeno rapaz.
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Deitaste-o no barril?
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Não me parecia certo.
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Portanto foi ao celeiro
e trouxe uma caixa de sapatos...
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... e retirei de lá os pregos,
escovas e aparafusadores...
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... e essas coisas de lá.
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Peguei no pequeno rapaz
e coloquei-o lá...
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... enterrei-o num canto no jardim.
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Pareceu-me mais digno para mim,
presumo.
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Estava vivo quando o enterraste?
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Ouvi-o a chorar um bocado
através da caixa.
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Isso não está certo. Parece
que poderias tomar conta dele...
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... se ele fosse teu irmão.
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Só tinha seis ou oito.
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Presumo que não sabia o que fazer.
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Não sabia tratar de um bebé.
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Os meus pais não o queriam.
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Ensinaram-me a fazer o que eles diziam.
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Pensei que era melhor devolvê-lo a Deus...
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... porque já estava quase morto.
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Isso faz-me sentir triste.
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Não podias ter feito algo?
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Eu cá fazia.
Quem me dera tê-lo.
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Ele estaria aqui, agora.
A viver.
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Faz-me sentir triste também.
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Quem me dera poder ter feito algo.
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Acho que não se deve
fazer nada de mal às crianças.
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Acho que todas essas
coisas más devem ser guardadas...
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... para os que já estão mais crescidos,
é assim que penso.