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Lembras-te?
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Sabes, penso nessas coisas,
é estranho falarmos nelas.
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Lembras-te de tudo, não é?
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Bem, tu conheces-me.
Estava sempre a falar com o pai.
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Eu sei.
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Sempre a tentar perceber o que se
passava... Estava sempre nervoso...
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Sabes o que te digo, se ele...
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Se lhe tivesse acontecido o que
nos aconteceu agora a nós...
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Ele teria feito a mesma coisa.
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Não sei. Talvez.
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Porque foi sempre o que ele
desejou, pôr tudo em ordem.
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Sempre quis ter o suficiente
para viver desafogadamente.
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Nunca conseguiu.
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Acho que tu e eu sabemos isso...
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Garanto-te que se ele tivesse isto,
ainda hoje aqui estaria.
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Nunca teria feito o que fez!
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Feito o quê?
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Suicidar-se!
lsso não teria acontecido.
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O quê?
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Que estás tu a dizer?
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Hank, o pai suicidou-se, sabes bem.
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O quê? Que estás tu a dizer?
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Que estás para aí a dizer?
Estavam bêbados, chocaram!
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Foi na estrada de Jacksboro,
onde ele ia todos os dias.
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Ninguém se despista
numa rampa como aquela.
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Ele passava por ali
oito mil vezes ao ano!
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Pensas que de repente esqueceu
o caminho?
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Santo Deus!
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lmaginou que o dinheiro do seguro
remediaria tudo.
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Ele queria, sabes...
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- Não, o quê, o quê?
- Tu sabes isso, Hank.
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Pensa.