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para nos escondermos
das animalescas realidades
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deste imundo ano da graça
de 1971.
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Talvez seja esta a chamada
de que está à espera.
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Talvez.
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Palavra? Certo.
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Porque não? Sim.
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Era do quartel-general.
Eles querem que eu...
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Obrigado.
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Querem que eu vá
imediatamente a Las Vegas
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e entre em contacto com um fotógrafo
português chamado Lacerda.
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Ele terá os pormenores.
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Eu só tenho de dar entrada
na minha suite insonorizada,
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ele dá comigo. O que achas?
-Cheira-me a chatice da grossa.
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Vais precisar de muito
aconselhamento jurídico nisso.
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Como teu advogado, aconselho-te
a alugar um descapotável veloz.
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Precisarás de coca,
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de um gravador de cassetes
para música especial,
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de camisas havaianas...
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E sai-me de Los Angeles durante,
pelo menos, 24 horas!
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-Isso lixa-me o fim-de-semana.
-Porquê?
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Porque, como é óbvio,
vou ter de ir contigo.
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Vamos ter de nos armar...
até aos dentes.
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E porque não?
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Quando há uma coisa que vale
a pena fazer, mais vale fazê-la bem.
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Isto é o Sonho Americano.
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Esperem!
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Seríamos uns idiotas se não
fôssemos nesta gazua até ao fim.
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Pois claro. Temos de ir.
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-Que tipo de cobertura é essa?
-São os Mint 400.
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É o cross para veículos motorizados
e buggies mais radical da história
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do desporto organizado. É um super
espectáculo em honra de um cretino
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dono do luxuoso Mint Hotel
na baixa de Las Vegas.
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É o que diz o comunicado
de imprensa.
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Como teu advogado, aconselho-te
a comprar uma motocicleta.
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Senão, como vais cobrir
essa corrida com autenticidade?
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Vamos ter de improvisar,
está visto.