Fear and Loathing in Las Vegas
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:55:03
Serviço de quarto!
:55:09
Um bom dia para si.
:55:11
O que é que queres?
:55:14
-O que queres? Desaparece!
-Serviço de quarto.

:55:17
Isto não é meu. Estás no quarto
errado. Desaparece daqui!

:55:20
Eu tenho uma pistola...
não é minha, pá. Desaparece.

:55:23
Trago-lhe a conta.
O senhor tem de assinar...

:55:25
Está bem. Dá cá isso.
Despacha-te!

:55:28
Não te mexas, pá.
Fica quietinho.

:55:32
Não digas nada a ninguém.
:55:36
A decisão de dar à sola
veio de repente.

:55:40
Ou talvez não.
:55:43
Talvez eu tivesse planeado
a fuga o tempo todo,

:55:45
na expectativa do momento
certo.

:55:48
A conta terá ajudado muito, já que
não tinha dinheiro para a pagar.

:55:53
As nossas contas
de serviço de quarto

:55:54
estavam entre 29 e 36 dólares
por hora

:55:57
e avolumavam-se há 48
horas consecutivas. Incrível!

:56:01
Como podia aquilo
ter acontecido?

:56:03
Quando formulei esta pergunta
:56:06
já não havia ninguém
para me responder.

:56:08
Aquele meu reles advogado,
o Dr. Gonzo, pirara-se,

:56:11
Deve ter pressentido
problemas no ar.

:56:15
Um “Z”?
:56:17
Pânico.
:56:20
Trepou-me pela coluna como as
primeiras vibrações de uma tripe.

:56:24
Comecei a aperceber-me de todas
aquelas terríveis realidades.

:56:30
Ali estava eu
:56:32
sozinho em Las Vegas,
completamente tripado,

:56:35
sem dinheiro,
sem artigo para a revista...

:56:38
E ainda por cima,
:56:40
tinha uma gigantesca
conta de hotel para pagar.

:56:45
Eu nem sabia
quem tinha ganho a corrida.

:56:48
Talvez ninguém.
:56:50
Como teria Horatio Alger lidado
com a situação?

:56:53
Fica calmo. Fica calmo.
:56:57
Sou um cidadão
relativamente respeitável.

:56:59
Um delinquente múltiplo, talvez...
mas sem ser perigoso.


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