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Não foi uma má derrota.
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Não tive falta de sorte. Daquela vez
jogaram melhor do que eu.
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Mas sei que sou suficientemente bom
para me sentar naquela mesa.
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Não é um sonho vão.
- Não duvido do teu talento.
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Nunca falei disto a ninguém.
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Há cerca de 8 ou 9 meses,
estava no Taj.
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Era tarde e vi o Johnny Chan entrar.
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Ele vem e senta-se numa mesa
de 300-600.
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A sala parou quando o Johnny Chan
entrou. Todos começaram a vê-lo jogar.
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Uns momentos depois, todos
os jogadores tinham parado para vê-lo.
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Alguns jogavam e perdiam para dizerem
"Joguei com o campeão."
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Sabes o que eu fiz?
Sentei-me.
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Precisavas de 50, 60 mil para jogares.
- Tinha seis. Mas tinha de saber.
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O que aconteceu?
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Joguei uma hora, sai a maior parte
das vezes. Depois ganhei.
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As duas primeiras cartas tapadas
eram um par de ases ou reis?
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Coisa pouca.
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Não tinha nada.
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Mas ele subiu e eu decidi
não me importar com o dinheiro.
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Ganharia pela estratégia.
Ia vencer este tipo naquela mão.
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Voltei a subir.
- Voltaste a subir.
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Subiste a aposta inicial?
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Então ele subiu também. Tentanto
intimidar-me como se eu fosse um turista.
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Eu hesito um segundo
e volto a subir.
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Ele faz um movimento
para os cheques e olha para mim,
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olha para as cartas
e volta a olhar para mim.
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Depois largou as cartas.
Tinha-lhe ganho.
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Tinha jogo para ganhar?
- "Desculpe, John, não me lembro."
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Levantei-me e dirigi-me ao caixa.
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Sentei-me com o melhorjogador
do mundo.
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E ganhei-lhe.
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Tentaste fazer bluff com o Chan,
meu filho-da-mãe.
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É por isso que tentaste a sorte
com o KGB.
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Isso mesmo.
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E volto a fazê-lo se puder.
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Então, torço por ti.