:15:00
Nem penses agradecer,
o prazer foi todo meu.
:15:03
Eu é que te agradeço,
:15:05
fui apanhado naquela batalha
e vi o que fizeste ao samurai;
:15:09
onde aprendeste a lutar assim?
:15:12
Reparaste que somos seguidos?
:15:14
É o que ganhas
por mostrares a pepita.
:15:17
Esperam até adormecermos
para nos degolarem.
:15:20
Que dizes a mostrar-lhes
o depressa que sabemos correr?
:15:34
O monstro-demónio
era um javali gigantesco?
:15:38
Segui-lhe a pista pelos montes
:15:40
até onde os samurais atacavam
os aldeãos, mas depois...
:15:43
Perdeste-a; é assim avida.
Vês este lugar?
:15:46
Quando cá estive há anos,
era uma aldeiazinha simpática.
:15:50
Mas deve ter havido uma inundação,
um desabamento, um incêndio...
:15:55
A única certeza
é estarem todos mortos.
:15:58
Nos nossos dias vivemos
cercados por fantasmas em fúria.
:16:02
De mortos em guerras, por doença
e à fome, e ninguém quer saber.
:16:06
Dizes-te vítima de maldição?
E depois, se todo o mundo o é?
:16:16
Fiz mal em bater-me, dois homens
morreram por minha causa.
:16:20
Bandidos samurais.
E perde-se uns, ganha-se outros...
:16:23
Dá-me a malga... O que interessa
é que todos morremos,
:16:26
uns agora, outros depois,
desde prostituta a imperador.
:16:30
Sei que o lmperador prometeu
toda uma montanha de ouro
:16:34
a quem o ajudar
aviver para sempre.
:16:37
Linda, a malga;
já tinhavisto outra assim...
:16:40
Ouviste falar dos emishi?
Sei que montavam alces vermelhos
:16:43
e que usavam setas de pedra,
tal como tu.
:16:49
É claro, foram chacinados
há quinhentos anos...
:16:53
Não temas, eu não conto
de onde vens,
:16:55
tenho peixes bem maiores
a pescar.