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Bela e obcecante,
Mas fria
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Como uma faca afiada
Que cortana escuridão
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Ninguém conhece o teu coração
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Nem todo o teu sofrimento,
Dore saudade
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Bem fechados
Nas florestas da noite
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O teu coração secreto
Pertence a fantasmas...
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Podias sempre saltar, rapaz.
Acabar com tudo dumavez.
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Assim que as forças te voltarem
a marca espalha-se e destrói-te.
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Sinto como se tivesse dormido
semanas.
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Sonhei que a San estava
ao meu lado, tratando de mim.
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Esperei que gritasses
enquanto dormias;
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tinha-te arrancado a cabeça
à dentada, para te silenciar.
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É uma floresta linda...
Okkoto e os javalis já avançaram?
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Já, os javalis
puseram-se em marcha.
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As árvores gritam ao morrerem,
mas tu não as ouves.
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Aqui deitada ouço o sofrimento
da floresta
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e sinto a bala
que tenho alojada no peito.
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E sonho com o dia
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em que esmagarei
a cabeça daquela mulher.
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Moro, porque não podem os homens
e a florestaviverjuntos?
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E terminar esta luta agora?
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Os homens reúnem-se
para a batalha final,
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as suas armas
queimar-nos-ão a todos.
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E que acontece à San? O teu plano
é deixá-la morrer contigo?
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Egoísmo típico...
Tu pensas como um homem.
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A San é minha filha,
pertence à tribo dos lobos;
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quando a floresta morrer,
também ela morre.
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Tens de a libertar,
ela não é loba, é humana!
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Silêncio, rapaz. Ousas falar
dessa maneira a um deus?
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Apanhei os pais humanos dela
a conspurcar a minha floresta