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Nos intervalos, podem entreter-se
uns com os outros e com a casa.
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Eleanor.
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Mas não podemos ir à vila.
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Não. E como já sabem,
não há telefone nem televisores.
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Além disso, os caseiros trancam
o portão a cadeado quando saem.
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Contudo, eu tenho o meu telemóvel,
em caso de emergência.
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E para que temos de ficar nesta
mansão tipo Família Adams?
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É que, para ser honesto,
este casarão não me apela ao sono.
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Nem eu.
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Era para ter a certeza
de que não dormiam facilmente!
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Não, o isolamento é essencial na
criação de um modelo experimental.
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Quem construíu esta casa?
Quem vivia aqui antes?
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Esse relato
dava uma boa história de embalar.
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Era uma vez um rei
que mandou construir um castelo.
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O seu nome era Hugh Crain.
Há 130 anos, cidades como Concord
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e Manchester eram o centro
da indústria americana.
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Foi assim que Crain fez uma fortuna:
à custa dos trabalhadores têxteis.
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Aquele homem podia ter tudo
o que quisesse,
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mas o que ele realmente queria
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era uma casa
cheia de risos de crianças.
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Daí as figuras de talha.
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Ele casou com a mulher mais bonita
da vila, chamada Renée,
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e para ela mandou construir
esta mansão, ou parte dela.
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Céus, parece mesmo
um conto de fadas!
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Mas é aqui que termina
a semelhança.
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O Hugh e a Renée não tiveram filhos.
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Todas as crianças
morreram à nascença.
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Uns anos mais tarde a Renée faleceu
e o Crain tornou-se num eremita.
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Continuou, porém,
a construir incessantemente,
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como se erigisse um lar
para a família que nunca teria.
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Ninguém via o Crain há anos,
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mas as pessoas da terra diziam
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que à noite conseguiam ouvir ruídos
provenientes da velha mansão.
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Ruídos de crianças.