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Para isto tenho de estar
descontraído.
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Há 6 meses que esperamos
um momento de descontracção!
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Tanto tempo? Vê se entendes.
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Fico nervoso de pensar
que pode vir alguém.
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Estamos sós. Já vais ver
como eu te descontraio.
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- Que barulho é este?
- É do aquecimento.
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Não. É a TV do vizinho.
Ouve-se perfeitamente.
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- As paredes são de papel.
- Esquece isso, amor, e concentra-te.
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Se nós os ouvimos a eles,
eles também nos ouvem a nós.
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Deixa-te de paranóias.
Eles que oiçam!
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Até pode ser que se animem.
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Tira-me isso de cima!
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O que é isto agora?
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Que nojo!
Mas de onde é que elas saíram?
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Eu bem te disse
que não devíamos aqui estar.
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Não comeces com o teu complexo
de culpa do colégio de jesuítas!
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- Mas somos mesmo culpados.
- Pois somos.
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E estamos aqui a fornicar
como umas bestas degeneradas,
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mas as baratas não sabem disso.
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Portanto, não procures uma ligação
que me estás a pôr maluca.
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Tens razão. Desculpa.
As baratas metem-me um nojo!
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A mim também, acredita.
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Fazemos o seguinte: fechamos
a porta e vamos para a sala...
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Limpamos tudo e vamos para casa.
Por favor.
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Não! Ficamos aqui.
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- Porquê?
- Porque eu quero!
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Lá em casa está um gelo e não
se pode dormir. Aqui há aquecimento.
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- Esta noite é especial.
- Sim, é a noite de Valpurgis.
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Não digas nada, já sei.
Não te apetece.