:33:02
é que foi aguentando a nossa
coisa, não sei se sabes.
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- Qual coisa?
- Esta nossa coisa.
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A nossa relação, as facturas,
o aluguer, tudo!
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Escuta, vamos para a cama
e falamos disto amanhã.
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Antes vivíamos do meu ordenado
sem problema,
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mas agora puseste-te
a trabalhar na imobiliária
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e não paras de mo atirar à cara.
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Para não haver dúvidas
que és tu quem manda.
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Pensas que eu não percebi?
Jantar romântico, velas...
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Pois a vida corre-me mal com'ó raio
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e eu não posso comprar nem um Audi
nem um Mercedes. Não posso!
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Ia dar-te uma boa notícia,
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mas juro-te que estou
a perder a vontade.
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E eu estou a perder
a vontade de estar aqui!
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- Aonde vais?
- Vou para casa.
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Não quero ficar aqui porque isto
é aquilo que nunca vamos ter.
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E tu não percebes.
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Não posso sonhar com esta casa
um carro daqueles,
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nem uma fulana
como a do anúncio!
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- Pois, tens de te contentar comigo.
- Eu não disse isso.
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Disseste e foi sentido.
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Eu tenho de me contentar contigo
e tu comigo, e depois?
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Eu reconheço as minhas limitações
e não espero cá golpes de sorte.
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Ricardo!
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O que é?
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Não sabes até que ponto
meteste o pé na argola.