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Vigiávamos o velho noite e dia.
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Todos os dias, durante anos.
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Como sabiam que tinha
o dinheiro em casa?
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A gente do banco veio entregar-lho
em sacos e nós vimos.
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- Os 500 milhões nunca de lá saíram.
- Não são 500, são 300.
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- Diziam que eram 500.
- São 300. Contei-os eu.
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Tanto faz.
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Antes tudo era um sonho,
algo que nos ajudava a viver:
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esperar a morte do velho
e dividir o seu dinheiro.
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Agora o dinheiro está aqui
e eles sabem-no.
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Há que procurar outra saída.
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- Vamos, suba.
- A mala primeiro.
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A ganância levar-nos-á ao Inferno.
Depressa, ajude-me.
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- Ajude-me!
- O elevador encravou de novo?
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Não lhe ligue! Ajude-me!
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Vai dizer ao Sr. Emilio
que o elevador parou.
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Não se aproximem.
Não se mexa, ouviu?
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- Só a queria ajudar.
- Vá para casa e meta-se na sua vida.
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Socorro, tirem-me daqui!
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Largue a mala, ou mato-a!
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- Não ouviu, sua estuporada?
- A culpa é sua, grande ladra!
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- A meter o nariz onde não devia!
- O que tem o senhor?
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Que fazes aqui?
Vai para o quarto!
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Está a esmagar-me!
Meu Deus, está a esmagar-me!
:59:29
- Não aguento mais!
- Vou chamar o Emilio.
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Dizer-lhe que está tudo tratado.
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Sim, diga-lhe que a mala é dele,
se me tirar daqui.